“A verdadeira sabedoria está em reconhecer a própria ignorância”, disse uma vez Sócrates - uma afirmação que ressoa profundamente comigo enquanto reflito sobre meu mandato como presidente da PANLAR. À medida que este período se aproxima do fim, encontro-me contemplando as decisões e estratégias que implementei. Elas foram corretas? Foram equivocadas? A única certeza que mantenho é o nosso esforço coletivo para fazer o que é melhor para a Liga.

Assumir a presidência da PANLAR me apresentou uma série de questões prementes. A principal entre elas era entender o legado que estávamos herdando. Assumimos a responsabilidade de uma das mais veneráveis sociedades médicas supranacionais em reumatologia, marcando seu 80º aniversário. Este marco não apenas me conectou à linhagem de 24 presidentes anteriores, mas também me fez ponderar sobre o imenso valor de suas contribuições ao longo do tempo. Em última análise, percebi que deveríamos ser apenas um elo nesta cadeia, contribuindo com nossa parte para um legado julgado pelo tempo em si.

O papel da PANLAR como um dos cinco membros da Liga Internacional Contra o Reumatismo (ILAR) sublinhou nosso compromisso global. Representando uma porção significativa da paisagem reumatológica nas Américas, a PANLAR possui uma rica história de 26 congressos e a tutela de 21 sociedades nacionais. Refletindo sobre oito décadas de esforço coletivo e conquistas, senti uma profunda sensação de gratidão e responsabilidade em honrar o trabalho daqueles que vieram antes de nós.

Ao contemplar nosso lugar no presente, percebi que estávamos navegando por uma era de mudanças sem precedentes. A crença em nossa força coletiva - “A PANLAR somos todos” - tornou-se um princípio orientador. Vivemos em uma época de avanços rápidos onde a reumatologia, como outros campos, deve se adaptar ao ritmo acelerado das inovações do século XXI. A evolução da pesquisa, o surgimento de novos alvos terapêuticos e os avanços na tecnologia para diagnóstico precoce e tratamento eficaz sublinharam a necessidade da PANLAR permanecer dinâmica e responsiva.

Nosso planejamento estratégico para 2016-2022 buscou romper com a inércia do passado, infundindo na PANLAR uma nova vitalidade. Essa iniciativa foi fundamentada no fortalecimento da liderança e no encorajamento do desenvolvimento do conhecimento indígena por meio da pesquisa e colaboração. Nosso objetivo era posicionar a PANLAR como um provedor chave de conhecimento em reumatologia na América Latina, unindo-nos sob a bandeira da unidade e inclusividade.

Hoje, a PANLAR está mais ativa e engajada do que nunca, com um aumento tanto no interesse quanto nas contribuições para a reumatologia americana. Essa vitalidade é evidente no crescente número de trabalhos apresentados em nosso congresso anual, entre outras conquistas. Nossos esforços também levaram à criação de grupos de estudo ativos, um grupo conjunto de pacientes e médicos, uma unidade de pesquisa prolífica e uma plataforma de comunicação versátil, culminando em nosso jornal oficial, GLOBAL RHEUMATOLOGY.

Olhando para o futuro, a questão sobre quais ações devemos tomar para elevar a PANLAR a novas alturas permanece primordial. É imperativo organizar nossos recursos e continuar nossa trajetória de crescimento sustentável sem perder de vista nossa missão principal: avançar e disseminar o conhecimento em reumatologia. Ao embarcarmos no desenvolvimento de um novo plano para 2024-2030, estou convencido de que devemos não apenas manter nosso foco na excelência científica, mas também expandir nosso alcance para abranger todos os interessados, especialmente os pacientes. Nossa visão é forjar uma comunidade resiliente e inclusiva que atenda às necessidades de todos afetados por doenças reumáticas, advogando por melhores resultados de saúde e qualidade de vida.

Concluindo minhas reflexões, minha esperança para a PANLAR até 2030 é diminuir a lacuna entre diagnóstico e tratamento, aliviar os ônus sociais e econômicos do reumatismo e melhorar o bem-estar dos afetados. Nosso foco contínuo em educação, criação de conhecimento, conscientização e inovação dentro de uma organização eficiente e sustentável será chave para alcançar uma sociedade mais saudável e inclusiva que reconhece e enfrenta os desafios das doenças reumáticas.